3 de setembro de 2016

La Habana de Cuba... Uma volta ao passado!!!

Hola viajeros!!

Sem a mínima inclinação político-ideológica (!!!), há alguns anos visitamos a ilha que ainda era governada por Fidel Castro. Queríamos sim conhecer sua história, cultura e a imensa beleza natural, com suas praias espetaculares. Mas confessamos que a nossa maior curiosidade era desvendar aquele ar de mistério que paira sobre o país. Para tanto saímos do circuito turístico e peregrinamos por mais de 20 dias pela maior ilha do Caribe. Esta foi nossa primeira investida para fora da América do Sul e a fizemos através de uma agência de viagens. Porém, algumas partes foram por conta própria... Olha, já passamos por “poucas e boas” durante estes anos, mas nada superou o perrengue que enfrentamos em Cuba!!!

Amigo & Viajante, Havana 2007

Mas antes algumas considerações...

Para se livrar da recessão imposta pelo embargo americano e pela retirada dos subsídios da antiga União Soviética, o governo resolveu atrair investimentos estrangeiros, impulsionando principalmente o turismo na ilha. Como Cuba é um país comunista, praticamente tudo é administrado pelo governo. Saúde, educação, habitação, transporte, indústria, comércio, sindicatos, imprensa, telecomunicações, acesso à internet, se o cidadão pode ou não sair do país... Nos últimos anos o governo até permitiu a criação de alguns pequenos negócios particulares, como aluguel de quartos para turistas estrangeiros e restaurantes de família (paladares), mas as restrições ao povo seguem bem pesadas. Apesar de todos, sem exceção, terem acesso a serviços básicos o país é muito pobre e várias vezes fomos abordadas com pedidos de sabonete, perfume, roupas e também para os levarmos para o Brasil.
Capitolio Nacional, Havana 2007


Existem 2 moedas correntes emitidas pelo governo: o CUC (peso convertible, cotada pelo dólar americano) é a moeda do turista e o CUP (também em pesos, só que totalmente desvalorizada) a moeda do povo. Na época o uso de cartão de crédito era bem limitado, mas hoje já é mais utilizado. Levamos dólar canadense (não leve dólar americano, pois o câmbio tem uma taxa bem alta) e lá trocamos pelo CUC, nas CADECAS (as casas de câmbio, do governo). O país é pacífico e seguro para os visitantes, no que se refere à violência que nós brasileiros conhecemos, mas não dê bobeira por lá, já que o número de golpistas só cresce. Fique de olho!!!
Cubana "figuraça", Havana 2007

O transporte é um capítulo a parte. Pode ser feito com ônibus turístico, Cocotaxi (bem original, para trajetos pequenos, é um pouco mais caro que o táxi), Bicitaxi (espécie de triciclo, também para percursos pequenos) ou com os clássicos carrões antigos transformados em táxis propriamente ditos. Os ônibus comuns e os carros particulares compartilhados são os meios de transporte dos cubanos, sendo que os primeiros estão sempre lotados e em péssimas condições e os segundos são muitas vezes irregulares e nada confiáveis.
Ônibus (lotado) e Bicitaxi, Havana 2007


Cocotaxi!!!, Havana 2007

A cozinha cubana, ou cocina criolla, é bem simples e não nos pareceu muito inusitada, pois a maioria dos ingredientes eram nossos velhos conhecidos. Os cubanos costumam comer muita carne de porco, frango (o gado é raro e muito caro), peixes, frutos do mar e diversos pratos com arroz e vegetais. Dentre os mais típicos... Congri (ou Moros y Cristianos): feijão (Moros) e arroz (Cristianos) preparados na mesma panela com carne de porco e diversos temperos (muito bom!!!). Arroz com pollo: com tempero semelhante ao açafrão, parece uma paella só que com frango (bem bom também!!!). Ajiaco cubano: Ensopado com grande variação de vegetais, raízes e carnes. É o prato nacional, mas não foi nosso preferido. Comemos em restaurantes turísticos e em alguns paladares. Nestes últimos, vale muito a experiência!!!
Arroz com Pollo, Daiquiri e Ernest Hemingway
restaurante El Floridita,
Nada pode ser mais cubano!!! Havana 2007

Cuba não é um destino de compras, mas para garantir aquelas lembrancinhas que tanto amamos existem várias lojinhas de artesanato. As opções são objetos em madeira, cerâmica, pinturas, instrumentos musicais (maracas!!!) e muitos alusivos a Che Guevara. Além disto, o país produz o puro (charuto) e o ron (rum), sendo considerados os melhores entre os melhores do mundo. Os autênticos e genuínos charutos são tratados como artigo de luxo, sendo produzidos à mão com uma técnica bem específica. Dentre as marcas mais famosas estão Cohiba, Montecristo, Romeo y Julieta e Partagás. Existem lojas exclusivas para venda de charutos (La Casa del Habano), muitas delas parecendo verdadeiras joalherias. Da mesma forma o rum é um forte símbolo cultural de Cuba e a melhor e mais tradicional marca é a Havana Club. A bebida destilada é produzida a partir do melaço da cana de açúcar, podendo ser consumida pura ou na forma de coquetéis, o que a tornou bem popular e que nós, particularmente, apreciamos muitooo!!! Mojito, o clássico de Cuba (rum claro, limão, hortelã e água tônica), Daiquiri (rum claro, limão e licor de marasquino batidos no liquidificador), Cuba Libre (rum, refresco de cola – Coca-Cola só para turistas!!! – e suco de limão) e Piña Colada (rum claro, suco de abacaxi e leite de coco). Realmente foi uma maratona!!! Cuidado com charuto e rum vendidos fora de lojas oficiais, bares ou muito baratos, pois provavelmente são falsificados.
Loja de charutos da Fábrica Partagás, Havana 2007


A fusão de melodias hispânicas e ritmos africanos faz da música, e consequentemente da dança, a verdadeira essência de Cuba. Mambo e cha-cha-chá nos anos 50, seguidos pelo son, rumba e salsa influenciaram não só a latino-américa como ganharam popularidade em todo o mundo. O filme Buena Vista Social Club de 1998 colocou em evidência os intérpretes mais tradicionais do son, como Compay Segundo e Ibrahim Ferrer. Atualmente, o reggaeton é o que faz a cabeça dos mais novos. Enfim, nas ruas, restaurantes, por todos os lugares alguma música cubana estará tocando... Fique sentado quem conseguir!!!
Música cubana!!!, Havana 2007
 
Viajamos em janeiro para evitar a temporada de furacões no Caribe. E mesmo sendo inverno no hemisfério norte todos os dias foram secos, ensolarados, bem quentes, e quase sempre sem um ventinho!!! Se organize e não perca tempo!!!
Havana 2007

Agora sim, “Curta a trilha sonora” no embalo do reggaeton, e acompanhe nosso roteiro por Havana!!!
- La Habana (Havana): Chegando à capital a impressão é de que se voltou no tempo. Prédios antigos e carros das décadas de 50 a 70, muitos necessitando urgentemente de reparos, tornam o cenário único e tão característico. Não havia dúvida, estávamos em Cuba!!!
Havana 2007


Habana Vieja (Havana Velha): O centro histórico foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1982 e o seu núcleo colonial é um dos maiores da América Latina. E mesmo com um programa crescente de restaurações, muitos prédios e casas estão em situação difícil. Uma pena, pois a arquitetura de influência hispano-andaluza, com aquelas praças, pátios, arcadas e balcões, é simplesmente lindíssima.
Catedral de San Cristóbal de la Habana, Havana 2007


A região da Plaza de la Catedral e arredores é uma das mais movimentadas de turistas, pois ali, rodeada por diversos prédios históricos dos séculos XVII e XVIII, se encontra a Catedral de San Cristóbal de la Habana, concluída em 1777. A alguns passos da catedral, a icônica La Bodeguita del Médio é o restaurante mais tradicional e famoso (e turístico!!!) da ilha. Parada certa para apreciar um Mojito!!!
Preparando nossos Mojitos!!! Bodeguita del Medio, Havana 2007


A Plaza de Armas, local de fundação da cidade, é bem arborizada e concentra várias banquinhas de livros, objetos usados e artesanato. Nela estão localizados o Castillo de la Real Fuerza (primeira fortificação construída para proteger Havana dos piratas, do Caribe!!!) e o Palacio de los Capitanes Gerenerales (atualmente abriga o Museu da Cidade). Seguindo pela Calle (Rua) Obispo, há vários lugares legais para conhecer. A antiga Farmacia Taquechel, mantém as prateleiras e utensílios dos séculos XVII e XVIII, o hotel Ambos Mundos, endereço do escritor norte americano Ernest Hemingway, quando este residiu em Cuba, e o restaurante El Floridita (turistérrimo!!!), berço do Daiquiri.
Farmacia Taquechel, Havana 2007

As  praças Vieja, com seu casario restaurado, e a de San Francisco de Asís também são pontos de grande concentração de turistas. Próximo dali, a Fundación Destilería Havana Club é aberta ao público, oferece tour guiado, bar e uma loja que garante a aquisição do original rum cubano. Bem legal!!!
Plaza Vieja, Havana 2007

Fundación Destilería Havana Club, Havana 2007

Centro Habana e Prado: A região do centro de Havana se desenvolveu no século XIX e está localizada entre Habana Vieja e o Vedado.
O imponente Capitolio Nacional é um símbolo de Cuba e uma clara imitação do Capitólio de Washington DC, só que maior. Sede do governo cubano até 1959, hoje o prédio abriga o Ministério da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente. O Capitólio é rodeado de atrações... De um lado o Parque de la Fraternidad e a Real Fábrica de Tabacos Partagás, maior fábrica de charutos do país. Do outro, o Parque Central, onde se encontra uma estátua do herói nacional José Martí (a primeira que vimos!!!), e o Gran Teatro de La Habana.
Gran Teatro de la Habana, Havana 2007


Uma caminhada bem agradável é seguir pelo Paseo de Martí (Paseo del Prado) até o Museo de la Revolución. Instalado na antiga residência do ditador Fulgencio Batista, a visita ao museu é imperdível para quem quer entender a história da Revolução Cubana encabeçada por Fidel Castro, Ernesto “Che” Guevara e Camilo Cienfuegos. Do lado de fora, um pavilhão de vidro abriga o iate Granma, que trouxe Fidel e outros companheiros do México em 1956.
Paseo de Martí (del Prado), Havana 2007

Museo de la Revolución, Havana 2007


No final do Paseo del Prado encontra-se o Castillo de San Salvador de la Punta e do outro lado da baía de Havana, o Castillo del Morro, outras duas fortificações que protegiam a cidade de ataques de piratas, do Caribe (a gente não aguenta!!!).
A cidade vista do Castillo del Morro, Havana 2007


Vedado: Bairro mais moderno, centro político e cultural da cidade. Nele estão localizados os principais (e mais novos) hotéis, restaurantes, bares e lojas de Havana, além de prédios do governo e escritórios.
O Malecón compreende uma ampla avenida e um largo calçadão que se estende sobre o mar na costa norte da cidade. Liga o centro histórico de Habana Vieja à arquitetura moderna do Vedado em uma caminhada tranquila (porém puxada!!!) de cerca de 7 quilômetros. Turistas e locais se juntam para curtir o pôr do sol neste que é um dos maiores cartões postais de Havana. Vale muito!!!
Castillo del Morro e o Malecón, Havana 2007


Não percorremos toda a extensão do Malecón, pois entramos em La Rampa, primeiro trecho da Calle 23, a rua mais agitada do Vedado. Logo em frente, o Hotel Nacional é o Copacabana Palace deles. Com prédio e jardins lindíssimos, o hotel teve seu auge na década de 1930-40, mas ainda está em plena atividade.
Entre as ruas 23 e L, a parada obrigatória é a Sodería Coppelia, sorveteria que ficou muito popular após ser cenário do emocionante e premiado Fresa y Chocolate (Morango e Chocolate, 1994), primeiro filme cubano a concorrer ao Oscar.
Um helado na Coppelia, Havana 2007

Pegando a Avenida Paseo chega-se a Plaza de la Revolución. A praça é enorme e tem uma grande importância histórica e simbólica, pois foi palco de grandes manifestações após a Revolução Cubana e dos longos discursos de Fidel. Nela se encontra o Memorial José Martí (o grande herói da Independência de Cuba da coroa espanhola), que é composto pelo memorial propriamente dito em seu interior, uma grande estátua em mármore branco de José Martí (olha ele aí!!!) e uma torre de mais de 100 metros de altura. Um elevador leva ao topo da torre de onde se tem a melhor vista de Havana.
Memorial José Martí, Plaza de la Revolución
Havana 2007

Na outra ponta, na fachada do Ministério do Interior, a imensa e impactante escultura em arame de bronze de uma célebre imagem de Che, com a sua não menos famosa frase: Hasta la victoria siempre (Até a vitória, sempre), é um ícone de toda Cuba.
Imagem de Che Guevara na fachada do Ministério do Interior,
Plaza de la Revolución, Havana 2007


Após estes dias intensos, o próximo destino foi Santiago de Cuba, no outro extremo da ilha. Compramos os bilhetes de trem na Estación Central de Ferrocarriles, quando tratamos de tirar todas as nossas dúvidas... Quanto tempo levaria o trecho? 8 horas. Como eram as acomodações? Boas. Tinha serviço de bar? Sim. Ótimo!!! Viajaríamos à noite e chegaríamos cedo a Santiago para aproveitar bem o dia. Só que não foi bem assim...
Rumo a Santiago de Cuba, Estación Central de Ferrocarriles,
Havana 2007

Mas esta história fica para o próximo post!!!
Hasta la vista!!!

Fabrícia Hoff & Laura Santos

**Aqui apresentamos as nossas experiências e a realidade do país no ano de 2007.

Guia A&V– Programe sua Viagem!!!

Informações gerais
- Documentos exigidos: passaporte, com validade mínima de seis meses (recomendado), e visto de entrada (tarjeta turistica).
- Idioma: espanhol
- Moeda: CUP e CUC
- Fuso horário: 2 horas a menos (3 horas com nosso horário de verão) em relação a Brasília.

Quando fomos: janeiro de 2007, 6 noites em Havana.
Como chegamos: de Porto Alegre a Havana, com conexão no Panamá, voamos de Copa Airlines.
Seguro de viagem: Contratamos junto à agência de viagens.



2 comentários: