23 de novembro de 2014

A vibrante Berlin!!!

Olá Amigo & Viajante!!!

Embaladas pelos festejos dos 25 anos da queda do Muro de Berlin (Berliner Mauer), resolvemos dar uma parada breve com o nosso tour pela Itália, para dar uma “passadinha” pela Alemanha!!!

Nosso primeiro destino foi a capital Berlin, no auge do invernão europeu, em fevereiro de 2013. Ficamos 5 noites, hospedadas na região #superbemlocalizada de Mitte, no lado oriental. Partindo dali foi possível fazer muitos passeios a pé. Mas como a cidade é um pouco espalhada, e para ganhar tempo, também utilizamos bastante o transporte público. Não que fosse um problema, muito pelo contrário. O sistema é composto por um emaranhado de linhas de trens rápidos de superfície (os S-Bahn), metrô (U-Bahn), tram (bondinho elétrico) e ônibus, que formam uma rede extensa e totalmente integrada, com tarifa unificada. Sem contar a pontualidade, que não é britânica, mas é alemã (!!!), onde 5 minutos já é considerado um atraso grave. Eficientíííssimo!!! Excelente!!! Um exemplo “daquelas” coisas que chamam a atenção quando a gente viaja e que dá “aquela” inveja. Sem mais.
Portão de Brandenburgo, Berlin 2013


O período mais fervilhante da história de Berlin é bem recente. E bem intenso. Nos seus últimos 150 anos ela foi a capital do Reino da Prússia, do Império Alemão, da República de Weimar e do Terceiro Reich. Passou por guerras, foi bombardeada, destruída, dominada, dividida e reunificada. E poderíamos pensar que por todos estes motivos ela deveria ser uma cidade sombria, que vive amargurando as tristezas de seu passado. Mas não!!! Ela (assim como toda a Alemanha) se reconstruiu e se reinventou!!! E não esconde nada... Faz questão de mostrar claramente todas as suas feridas, sempre enfatizando “para que isto nunca mais se repita”. É impossível dissociar Berlin da sua história. A prova são os inúmeros museus, monumentos, memoriais espalhados pela cidade que retratam estes seus diferentes momentos. E além disso, hoje é considerada o centro cultural, científico, político e econômico da Europa. Uma cidade de vanguarda em todos os seus aspectos. Berlim é vibrante!!!
Fernsehturm (Torre de TV) e Weltzeituhr (Relógio Mundial)
Alexanderplatz, Berlin 2013

A seguir o nosso “TOP 5” Berlin...

- A memória do Nazismo: O Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) chegou ao poder na Alemanha, neste período ainda República de Weimar, em 1933, quando Adolf Hitler se tornou chanceler. Através do uso de uma propaganda nazista fortíssima ele explorou as frustrações da sociedade alemã, apresentando os judeus como os principais causadores dos problemas sociais e econômicos do país. Durante a 2ª Guerra Mundial, a ideia transtornada do Führer (líder, como ele se auto intitulava) sobre a supremacia do homem branco germânico culminou com o Holocausto, o genocídio de mais de 6 milhões de judeus. Milhares de pessoas de outros grupos étnicos, políticos e sociais considerados “indignos da vida” (definição usada pelos nazistas para justificar os assassinatos), como ciganos, poloneses, homossexuais, comunistas, prisioneiros de guerra, deficientes mentais e físicos, testemunhas de Jeová..., também foram exterminados. Em 1945 Hitler se matou, a guerra acabou e os prisioneiros que restavam nos campos foram libertados. Os sobreviventes, sem ter para onde voltar e com suas famílias dizimadas, ainda enfrentaram um longo e difícil caminho para se restabelecer.

Em Berlim, vários locais retratam o período nazista e, por mais terrível e triste que possam parecer, são bem interessantes de se conhecer.

A monumental Keiser Wilhelm Gedächtniskirche (Igreja Memorial) foi praticamente transformada em pó pelos bombardeios a Berlin durante a 2ª Guerra. E depois de vários protestos contra a sua demolição, decidiu-se por manter a sua ruína (uma única torre, onde hoje se encontra o memorial) e integrá-la a uma nova e moderna igreja. Passou a ser um dos maiores símbolos da destruição causada pela guerra e uma das atrações mais famosas de Berlin.
Escultura "Berlin" de Brigitte e Martin Matschinsky e
ao fundo Igreja Memorial Keiser Wilhelm sendo restaurada, Berlin 2013


O museu memorial Topographie des Terrors (Topografia do Terror) se encontra no terreno da antiga sede da Gestapo (a polícia secreta nazista). Neste grande espaço foi construído o Dokumentationszentrum Topographie des Terrors (Centro de Documentação), que abriga uma rica e completa exposição cronológica desde a ascensão até a queda do regime nazista, com documentos, painéis, fotos, jornais da época, recursos audiovisuais... Para quem gosta de história, como nós, é super enriquecedor.
Topografia do Terror, Berlin 2013


Próximo ao Portão de Brandenburgo está localizado o grandioso Denkmal für die ermordeten Juden Europas (Memorial dos judeus mortos da Europa ou também chamado de Memorial do Holocausto de Berlin). É um espaço de 19000 Km2, com 2711 blocos escuros de diferentes alturas, distribuídos em fileiras sobre uma superfície ondulada. No subterrâneo tem um anexo, o Ort der Information (Local de Informação), onde estão descritos os nomes de todos os judeus mortos durante a guerra que se tem conhecimento, inúmeros relatos biográficos, com fotos, artigos pessoais, correspondências trocadas entre as famílias, cartas de despedida... Se prepare para chorar litros. É impossível não se emocionar.
Memorial dos judeus mortos da Europa, Berlin 2013


- A memória do Comunismo: Com o fim da 2ª Guerra Mundial o comando da Alemanha derrotada foi dividido entre os aliados vencedores. E Berlin encravada no território que viraria a Alemanha Oriental também foi dividida. Uma parte sob o comando comunista da antiga União Soviética, e a outra sob o comando da união dos capitalistas Estados Unidos, França e Inglaterra. Na madrugada do dia 13 de agosto de 1961 a República Democrática da Alemanha (Alemanha Oriental) ergueu uma barreira física para circundar todo o território da República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) em Berlin. 
Mapa da divisão e do Muro de Berlin (linha vermelha)
Checkpoint Charlie, Berlin 2013


A cidade se tornou o símbolo da divisão do mundo em dois blocos político-econômicos totalmente antagônicos e em nenhum outro lugar a Guerra Fria se manifestou tão intensamente. Não se sabe ao certo quantos mortos, feridos e prisioneiros foram capturados tentando atravessar os postos de fronteira e até mesmo pular o muro, mas foram centenas. Em 9 de novembro de 1989 as fronteiras foram abertas pela Alemanha Oriental e em clima de celebração o “Muro foi derrubado” (quem não lembra das imagens na TV?!?!). Um ano depois a Alemanha foi reunificada.

Por toda a cidade existem ainda pedaços originais do Muro, áreas reconstruídas e em alguns trechos está marcado no chão (como uma cicatriz) o percurso que ele fazia quando estava erguido.
Percurso do Muro marcado no chão, Berlin 2013


O Checkpoint Charlie foi o mais famoso (retratado em vários filmes) posto militar de fronteira para passagem de estrangeiros que tinham a permissão de cruzar da Alemanha Ocidental para a Oriental. Com a reunificação ele foi removido e uma reprodução da cabine foi colocada no mesmo local da original. Hoje é uma das principais atrações turísticas de Berlin. Logo à frente o Mauermuseum narra a história do Muro e de como as pessoas tentavam fugir de um lado para o outro.
Se quiser, tire uma foto com os "soldados americanos"
Checkpoint Charlie, Berlin 2013


Quando o muro foi construído, em alguns locais do seu trajeto se encontravam casas e prédios residenciais. Este foi o caso da emblemática rua Bernauer (Bernauerstrasse). O impacto foi tão devastador na vida dos moradores, que desesperados eles pulavam das janelas de seus apartamentos para o pavimento inferior que pertencia a Berlin Ocidental, quando muitos acabaram morrendo ou se ferindo gravemente. Com o tempo as janelas e portas que ficavam em frente ao muro foram fechadas com tijolos, para que as pessoas não olhassem e nem tentassem fugir para o outro lado. Hoje, nessa região estão localizados bem próximos o Mauerpark (o parque onde ainda existe um trecho do Muro original preservado, que na verdade eram 2 muros separados pela “zona da morte”), o Gedenkstätte Berliner Mauer (Museu Memorial do Muro de Berlin, a céu aberto no Mauerpark) e o Dokumentationszentrum Berliner Mauer (Centro de Documentação, conta a história do Muro, principalmente no que se refere à Bernauerstrasse).
O Muro de Berlin (que na verdade eram 2) e a "zona da morte" vistos da torre do
Centro de Documentação do Muro de Berlin, Bernauerstrasse, Berlin 2013


Mas a parte mais leve e alegre relacionada ao Muro de Berlin é a East Side Gallery, no lado oriental. Onde mais de um quilômetro do Muro foi preservado ao longo do Rio Spree e transformado em uma imensa galeria de arte com centenas de painéis coloridos pintados por artistas de todo o mundo. As pinturas serviriam para documentar um tempo de mudanças e expressar a euforia de um futuro melhor e livre para todas as pessoas.
Painéis coloridos pintados no Muro de Berlin, East Side Gallery, Berlin 2013


O beijo dos líderes comunistas Erich Honecker (Alemanha Oriental) e Leonid Brezhnev (URSS),
painel pintado por Dmitry Vrubel, East Side Gallery, Berlin 2013


- Ilha dos Museus: a Museumsinsel é uma ilha formada no rio Spree, onde antigamente se localizavam casarões e palácios da aristocracia alemã. Hoje abriga, além da Catedral de Berlin (protestante), alguns museus como o Bode Museum, Altes Museum, Neues Museum e o Alte Nationalgalerie. Mas se for para escolher um não deixe de visitar o Pergamonmuseum (compramos os ingressos na hora). Ele abriga estruturas da antiguidade exibidas em tamanho original como o Altar de Pérgamo, o Portão da Entrada do Mercado de Mileto e a Porta de Ishtar, que dava acesso à cidade da Babilônia. Magnífico!!!
Altar de Pérgamo do séc. II a.C., levado da Turquia e reconstruído no Pergamonmuseum,
Berlin 2013


- Orquestra Filarmônica de Berlin: Seu primeiro concerto foi realizado em 1882, e de 1955 a 1989 foi regida pelo que é considerado um dos maiores maestros de todos os tempos, Herbert von Karajan. Na nossa humilde opinião, a Berliner Philharmoniker é a joia mais preciosa de Berlin!!! E um programa imperdível para quem visita a cidade (compre os ingressos antecipadamente pelo site). Tivemos a sorte de assistir ao concerto da famosa violinista alemã Anne-Sophie Mutter interpretando Antonín Dvorák, acompanhada pela Filarmônica e regência do maestro Manfred Honeck. Simplesmente Wunderbar!!!
Philharmonie, a "casa" da Filarmônica de Berlin, Berlin 2013


Concerto da violinista Anne-Sophie Mutter com a Filarmônica de Berlin
Philharmonie, Berlin 2013



- Compras em Berlin: A cidade é uma das capitais europeia mais em conta para nós que temos reais ($$$$). E são vários os lugares em que se pode colocar tal questão em prática, mas se não for esta a ideia eles também podem render somente ótimos passeios. Dos que nós conhecemos... A Kurfürstendamm (Kudamm como eles chamam) tem mais de 3 Km de extensão e abriga desde lojas de luxo até as mais populares. Na continuação desta avenida se encontra a “gigantemegaloja” de departamentos KaDeWe. A Potsdamer Platz é uma região bem turística, e além do moderníssimo complexo Sony Center e do shopping Arkaden tem várias opções de bares, restaurantes e hotéis.
Sony Center, Potsdamer Platz, Berlin 2013


Mas onde passamos praticamente todos os dias foi na Friedrichstrasse, pois era caminho para o nosso hotel. É uma área muito movimentada por turistas e locais, com comércio bem diversificado e para todos os bolsos. Tem até uma filial das Galeries Lafayette de Paris. Nós adoramos a livraria Dussmann KulturKaufHaus, de 4 andares que ocupa quase uma quadra. Ela é maravilhosa e ficamos uma tarde inteira só ali!!! Uma de suas ruas perpendiculares é a Unter den Linden, a mais famosa avenida de Berlin que abriga muitas lojas e lindíssimos prédios históricos. Tanto a Friedrichstrasse como suas imediações também tem ótimas opções de restaurantes e quase sempre terminávamos o dia por lá, comendo um Currywurst, um Schnitzel e claro tomando uma original Bier alemã. 
O tradicional Schnitzel, Berlin 2013


Aguarde, pois este assunto fundamental será aprofundado em um próximo post. Auf Wiedersehn!!!

                                                                  Fabrícia Hoff & Laura Santos


16 de novembro de 2014

Veneza, a Sereníssima

Olá Amigo & Viajante!!!

Partimos, já saudosas, da estação Roma-Termini e em 3h e 45min chegamos a Venezia-Santa Lucia, com o trem de alta velocidade Frecciargento. Mas atenção, não desça em Venezia-Mestre, mais distante e na parte continental de Veneza, a menos que esteja hospedado por lá. O que também desaconselhamos, pois é muito longe da muvuca!!!
Veneza 2014

Bem, chegar de trem a Veneza já é fantástico, pois quando ele sai do continente e entra na área da lagoa parece que simplesmente está “andando sobre as águas”. Mas foi quando saímos da estação, e nos deparamos com aqueles casarões, aquele movimento de gente e de embarcações logo a frente no Grande Canal, que não conseguimos encontrar palavras para definir o que estávamos assistindo!!! Simplesmente é a cidade mais indescritivelmente diferente, única e fotogênica que já conhecemos!!! 
Nada se compara a Veneza!!!
"Se eu tivesse que encontrar uma palavra que substituísse música,
eu só conseguiria pensar em Veneza..." Friedrich Nietzsche, Veneza 2014


Por mais de um milênio a cidade foi a capital da Serenissima Repubblica di Venezia, quando era uma das maiores potências comerciais do Mediterrâneo, sendo hoje classificada como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e o segundo destino mais visitado da Itália. Logo, prepare-se para disputá-la, palmo a palmo, com milhares de turistas!!!
Ficamos 2 noites em Veneza, mas se quiser conhecer outras joias do arquipélago como Murano e Burano seria interessante ficar mais um dia.
Canais, pontes, vielas e turistas, Veneza 2014


Depois de muito perambular elegemos o nosso “TOP 5” .

- Sem dúvida, Veneza: A área da Lagoa de Veneza está ocupada por mais de uma centena de pequenas ilhas. Entre elas Veneza, localizada a 4 Km da terra firme e 2 Km do mar aberto, separada por cerca de 170 canais, 400 pontes e milhares de estreitas vielas, todas muito parecidas. O que faz ser bem fácil (e muito bom!!!) se perder pelos seus labirintos. Enquanto se está passeando não tem problema, mas na hora de voltar para o hotel, por exemplo, com certeza vai precisar de um mapa. 
"Sobre as águas", Veneza 2014

O transporte é exclusivamente pela água, com ônibus (vaporetto), táxis (lanchas), gôndolas... Presenciamos até um funeral, também aquático. Não tem carros, motos, nem bicicletas. Mas como a região turística é relativamente pequena, a cidade pode ser percorrida tranquilamente a pé. Não andamos nas tão famosas e superfaturadas gôndolas, mas para quem tem este sonho, não abra mão dele. Caminhamos muito, mas muito mesmo, e fotografamos muito também, e isto é o melhor que se tem para fazer por lá. Passamos o tempo flanando sobre pontes, caminhos, vielas... 
Sobre as águas, como Veneza!!!
A gôndola e o gondoleiro, Veneza 2014


- Piazza, Basílica e Campanário: A Piazza San Marco é o coração do Centro Histórico e da cidade, e também o seu maior e único grande espaço aberto. Todas as pessoas, caminhos, placas e pombos convergem para lá!!! Como é a parte mais baixa, é o primeiro local que inunda quando chove ou no período de maré alta, a acqua alta.
A praça é rodeada por belas construções como o Palazzo Ducale (residência dos Doges, os antigos governantes de Veneza, hoje um museu), a Antiga e a Nova Procuradoria (o térreo das procuradorias são ocupados por concorridos Cafés), a Casa da Moeda, o Museo Correr (museu municipal) e a Torre dell'Orologio (Torre do Relógio). Mas é a Basilica di San Marco com seu Campanário os mais emblemáticos do local.
Torre dell'Orologio e a Basilica di San Marco
Piazza San Marco, Veneza 2014


São Marcos, antes de partir para Alexandria no Egito e lá fundar uma das mais antigas Igrejas Cristãs, foi discípulo e intérprete de São Pedro. Compondo, a partir de seus relatos sobre os sermões de Pedro, o Evangelho segundo Marcos. De acordo com a crença católica da cidade, em 828 dC, 2 mercadores venezianos adquiriram de forma duvidosa (roubaram!!!) os restos mortais de São Marcos Evangelista, que se encontravam em Alexandria, e o levaram clandestinamente para Veneza. 
O Leão de Veneza, representação simbólica de San Marco
Piazzeta San Marco, Veneza 2014

Uma igreja foi construída provisoriamente dentro do Palazzo Ducale para guardar as relíquias, e em 1063 foi erguido o que viria ser a base do atual edifício. Embora a estrutura da basílica não tenha sido muito alterada, sua decoração mudou bastante durante os séculos. Praticamente era impossível um navio chegar do oriente sem trazer peças, colunas, mármores, frisos, mosaicos retirados de construções antigas e destinados a embelezar a basílica. Do lado de fora o imenso Campanário (torre do sino da igreja) de 98,6 metros, coroa o cenário.
O conjunto monumental da Piazza + Basílica + Campanário formam um dos principais cartões postais de Veneza.
Basilica di San Marco (sendo restaurada) e o Campanário
Piazza San Marco, Veneza 2014

O entorno da praça é uma região com muitas bancas de souvenires, lojas de grife, lojas dos famosos vidros de Murano (sim, vidros e não cristais!!!), e de fantasias e máscaras do não menos famoso carnaval de Veneza. Quanto mais afastado da Piazza San Marco mais baratos serão os cafés, bares e restaurantes. Destine um tempo considerável, pois esta região tem muitas atrações bem legais e que valem ser apreciadas com calma.
Máscaras e fantasias do Carnaval de Veneza, Veneza 2014

- Ponte di Rialto: Como já comentamos, Veneza tem centenas de pontes, bem pequenas (que mal passa uma pessoa), cobertas, grandes (que passam várias embarcações ao mesmo tempo), que contribuem para o charme especial da cidade. E por incrível que pareça o Grande Canal (como o próprio nome diz, o maior canal de Veneza) tem apenas 4 a lhe atravessar. No sobe e desce de pontes várias nos chamaram atenção como a Degli Scalzi (dos Descalços, a primeira que vimos, logo a frente da estação ferroviária), dei Sospiri (dos Suspiros, próxima a Piazza San Marco), dell”Accademia (da Academia, cheia de cadeados colocados pelos casais), outras tantas que não fazemos ideia do nome e a famosíssima di Rialto.
Ponte di Rialto, Veneza 2014


Durante muitos anos a ponte do Rialto foi a única forma de atravessar o Grande Canal. Sua primeira versão foi uma ponte flutuante construída em 1181. Com a evolução do mercado do Rialto e o aumento do tráfego fluvial houve a necessidade de uma ponte maior e mais estruturada, sendo a antiga ponte substituída por uma em arco de madeira. Em 1591, a definitiva ponte em pedra, como conhecemos hoje, foi concluída. Ela é formada por duas grandes rampas inclinadas, que se encontram em um pórtico central. Voltadas para o interior há várias lojas e um trânsito intenso de venezianos e turistas.
Ponte dei Sospiri, Veneza 2014

- Hotel Sereníssima: resolvemos incluir o hotel no nosso Top 5 por que encontrar acomodações, digamos razoáveis e que não estourem o seu orçamento, em Veneza não é tarefa das mais fáceis. Os hotéis são beeem caros, o que, como tudo, só piora quanto mais perto da Piazza São Marco. Sempre utilizamos o Booking como buscador de hotéis e nunca tivemos problema. Mas existem outros sites que também parecem ser bem confiáveis como Hotéis.com e Decolar (este só usamos para buscar e às vezes comprar passagens).
Encontramos o Serenissima (que apropriado o nome, né?!) no Booking, distante apenas 5 minutos da Piazza e perto de tudo. Era barato e pelas fotos do site era bonito, descrito como estilo tradicional veneziano!!! Faltava ver pessoalmente se era tudo isto. Não nos decepcionamos!!! Um 2 estrelas bem limpo, simples e ajeitadinho, cama boa, banho bom e com café da manhã servido por uma senhora bem simpática que é a dona do hotel. Pessoal bem cordial e prestativo. O inconveniente é não ter elevador, mas como os hotéis são em casarões e palacetes muito antigos, a maioria não tem. Isto só seria um problema caso tivéssemos que subir com as malas até o nosso 3º andar, depois de já tê-las arrastado por metade de Veneza quando chegamos. Saímos da estação ferroviária já com um mapa nas mãos para poder achar o hotel, pegamos o vaporetto logo em frente, descemos na estação (aquática) Rialto, e fomos quebrando pelas vielas até encontra-lo. O ideal é ter apenas uma mala, a menos que tenha algum serviço de transfer. Pra voltar já sabíamos o caminho.
Estação aquática e o vaporetto, Veneza 2014


- Punta della Dogana di Mare: Atravessando o Grande Canal pela Ponte dell’Accademia chegamos ao bairro do Dorsoduro. Nesta região encontram-se a Academia de Belas Artes de Veneza (ou somente L’Accademia), a Coleção Peggy Guggenhein e a belíssima Basilica di Santa Maria della Salute. A Ponta da Dogana se refere a área triangular onde o Grande Canal se encontra com o Canal Giudecca, bem na extremidade leste do Dorsoduro, na outra margem da Piazzeta San Marco. Já o edifício Dogana da Mar é a antiga casa da alfândega, que hoje abriga um museu.
Vista da Punta della Dogana e Basilica Santa Maria della Salute
Ponte dell'Accademia, Veneza 2014


É um local de exposição de arte contemporânea, de encontro de artistas e de uma das mais belas vistas de Veneza. Ficamos um bom tempo por ali, e quando retornávamos para o lado de San Marco fomos surpreendidas por uma tempestade de verão. O negócio por algum momento ficou meio assustador, pois a água daqueles canais, com as ondas, parecia crescer na nossa frente. Sem contar o banho de chuva sem precedentes!!! Mas logo passou...
Artistas na Punta della Dogana da Mare, Veneza 2014

A estas alturas queríamos muito ir para o hotel nos arrumar, pois era nossa última noite em Veneza. Saímos bem animadas procurando um bar, com outros brasileiros, para assistir ao jogo Brasil e Alemanha pela Copa do Mundo. Mal sabíamos o que estava por acontecer...

No outro dia, com tudo já esquecido afinal estávamos de férias na Itália (ainda bem!!!), rumamos para Florença... Ciao!!!

                                                                   Fabrícia Hoff & Laura Santos



9 de novembro de 2014

Vaticano, sem exageros!!!

Ciao Amigo & Viajante!!!

O Estado da Cidade do Vaticano (nome oficial) é o menor país do mundo, cujo território, de aproximadamente 0,44 Km2, consiste de um enclave murado dentro da cidade de Roma. E você deve concordar que, mesmo sendo crítico ao poderio da Igreja Católica Apostólica Romana, a sua riqueza histórica, arquitetônica, artística e, claro, religiosa é inversamente proporcional ao seu tamanho.

Como ficamos hospedadas muito próximo ao Vaticano, o visitamos em 3 momentos. Fora as vezes que dávamos apenas uma passadinha pela piazza, pois fazia parte do nosso caminho.

Piazza San Pietro, Vaticano 2014









Gostamos tanto do formato “TOP 5” do post sobre Roma que decidimos emprega-lo a partir de agora sempre que o destino permitir. Certamente, este é o caso do Vaticano...


- Praça e Basílica: Chegamos pela primeira vez a Piazza San Pietro por uma de suas laterais e de repente nos deparamos com aquele imenso espaço, com inúmeras pessoas tão “embasbacadas” quanto nós, cercadas por suas famosas colunatas (4 vastas fileiras de colunas enormes de cada lado da praça). Seu formato oval, projeto de Bernini em 1656, tem nas colunatas a simbologia de braços que se abrem em um grande abraço. Um abraço à Humanidade. Nos sentimos abraçadas!!! No alto das colunas, centenas de estátuas de santos, papas, anjos e mártires, observam os visitantes, que em datas especiais como Natal e Páscoa podem chegar a 250000 pessoas. No centro da praça o Obelisco egípcio trazido pelo imperador Calígula no século I e as duas fontes completam o quadro.
Basilica di San Pietro, Vaticano 2014



O controle de entrada da Basilica di San Pietro é como de aeroporto. Todos devem passar por um detector de metais e a bolsa pelo Raio X, com acesso pela colunata à direita. E no verão, nada de roupa curta, lembra??!! Como chegamos bem cedo, não tinha fila e entramos direto.
São Paulo dá boas vindas na entrada da Basilica di San Pietro
Vaticano 2014

Desde que desembarcamos em Roma estávamos muito ansiosas para visitar a igreja, por tudo o que já tínhamos lido e ouvido sobre ela. E com razão. Ficamos simplesmente “estupefatas” com sua beleza, arquitetura, significado, grandiosidade... Bem, exageros (alguns podem pensar!!!) a parte, a basílica é realmente impressionante, e a sua história mais ainda.
Na segunda metade do primeiro século da era cristã, o discípulo Pedro viajou para Roma e lá evangelizou grande parte da população. Porém, foi perseguido, como todos os cristãos da época, e executado durante o reinado do Imperador Nero (aquele que, entre outras, colocou fogo em Roma). Por sua própria solicitação foi crucificado de cabeça para baixo, pois não se achava digno de ser crucificado como Jesus. Seu corpo foi enterrado na Colina do Vaticano e em poucos anos o local já havia se tornado um centro de peregrinação. Trezentos anos mais tarde a Antiga Basílica de São Pedro foi ali construída. São Pedro foi considerado o primeiro Bispo de Roma e, consequentemente, o primeiro Papa da Igreja Católica. Já no século XVI, teve o início da construção da atual basílica, na qual participaram, em diferentes estágios, figuras como Bramante, Rafael, Michelangelo e Bernini.
"Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja..." Mateus 16:18
 Estátua em bronze de São Pedro (séc. XIII), Basilica di San Pietro, Vaticano 2014

Contrariamente ao que muitos pensam e apesar de ser uma das basílicas patriarcais, San Pietro não é a sede oficial do Papado. A sede do Bispo de Roma (leia-se o Papa) é a Basilica di San Giovanni in Laterano. Porém, pela sua dimensão, proximidade da residência do Papa e localização no Vaticano acaba sendo a mais visitada e utilizada nas cerimônias. Devido ao já citado tamanho da basílica, a quantidade de obras a serem admiradas e as grutas, reserve um tempo considerável para visita-la com tranquilidade.
Nave Central e ao fundo, sob o Baldaquino, está o suposto túmulo de Pedro
Basilica di San Pietro, Vaticano 2014


Assistimos a missa em italiano em uma das maravilhosas capelas (tem em vários idiomas dependendo do horário). Não subimos na cúpula, pois como permanecemos cerca de 4 horas em seu interior, não tivemos coragem de enfrentar o calor e o sol do meio dia. Mais um motivo para voltar!!! Quando saímos simplesmente tinha uma multidão na fila para entrar!!! Por favor, chegue cedooo!!!
Fila para entrar na Basilica di San Pietro, Vaticano 2014


- Pietà: Michelangelo Buonarroti era pintor, escultor, arquiteto... um dos maiores gênios da história da arte. Deixou sua marca no Vaticano, como a magnífica cúpula da Basilica di San Pietro, e a sua emocionante Pietà. Uma de suas obras mais conhecidas e uma das mais famosas representações de Jesus morto nos braços de Maria.
Pietà de Michelangelo, Nave da Epístola, Basilica di San Pietro, Vaticano 2014

Desde 1972, quando um lunático se dizendo Jesus a atacou com um martelo e danificou algumas de suas partes (restauradas depois), encontra-se protegida por um vidro blindado, a alguns metros de distância do público. Mesmo assim foi possível admirarmos “boquiabertas” a perfeição em mármore criada por Michelangelo, principalmente pela expressão serena da Virgem e de seu manto inacreditavelmente trabalhado.
Museus Vaticanos, Vaticano 2014


- Capela Sistina: No dia seguinte, achando que já era o bastante e que nada mais nos surpreenderia, rumamos para os Museus Vaticanos. Não hesite, compre seu ingresso antecipadamente pelo site dos Musei Vaticani, com hora marcada. Funciona super bem!!!
O conglomerado de museus abriga valiosíssimas coleções de arte adquiridas durante centenas de anos pelos sucessores de Pedro. Você vai seguindo o roteiro de visitação, percorrendo os diversos museus, até chegar à grande estrela do espetáculo, a Capela Sistina. Localizada no Palácio Apostólico, é onde hoje se realizam os conclaves, processo pelo qual o novo Papa é escolhido. Mas são seus afrescos o seu maior tesouro. Principalmente o teto e o Juízo Final, ambos de Michelangelo.
Jardim da Pinha, Museus Vaticanos, Vaticano 2014


Durante a nossa visita deveria ter centenas de pessoas se acotovelando e uma constante gravação que repetia silêncio por favor, em diversas línguas. A capela não pode ser fotografada, mesmo sem flash, mas claro que isto não impede que muitos sorrateiramente o façam. Conseguimos nos distanciar e abstrair um pouco daquela multidão, sentar em um degrau e realmente admirar tudo aquilo. Como alguém deste mundo conseguiu pintar aquela obra espetacular??!! Neste momento, já com um torcicolo de ficar olhando para cima, “nosso queixo caiu de vez”!!!
À esquerda: Teto da capela; À direita: O Juízo Final, ambos de Michelangelo, Capela Sistina,
Museus Vaticanos. Foto: Wikipédia


- Lembranças de Roma / Vaticano: Bem, precisávamos desopilar um pouco e descobrimos nos arredores do Vaticano uma região bem legal para caminhar e comprar umas lembrancinhas da cidade. Várias lojas bem baratas que vendem toda e qualquer quinquilharia temática como quadros, sombrinhas, bonés, chaveiros, adesivos, canecas, camisetas, cerâmicas, miniaturas (poderíamos até garantir a Torre de Pisa ali, mas deixamos para comprar a “original”), tudo aquilo que a gente sempre “precisa” adquirir!!! Porém, nos chamou a atenção a quantidade de lojas de artigos religiosos, com peças lindíssimas e de muito bom gosto, principalmente nas ruas Via della Conciliazione e Via di Porta Angelica.

A loja dos Museus Vaticanos também é bem interessante e completa. Na verdade nunca deixamos de visitar a lojinha (algumas verdadeiras megastores) dos museus, e de comprar, é claro, aqueles produtos inspirados nas peças do acervo. Geralmente se localizam próximo à saída, mas alguns museus maiores também têm quiosques espalhados pelas galerias. Sem contar que você pode visitar a loja virtual pelo site (e até comprar) e já ir se inspirando para as futuras férias... Nós sempre fazemos isto!!!
À espera do Papa Francisco sob o olhar de São Pedro, Piazza San Pietro, Vaticano 2014


- Papa Francisco: Algumas semanas antes de viajarmos, saiu uma notícia de que o Papa Francisco estava doente e que reduziria um pouco a sua agenda de atividades, como a Audiência Papal às quartas feiras e o Angelus aos domingos. Não acreditamos. Puxa vida, queríamos muito ver e ouvir o Papa!!! Dias antes de embarcarmos, ele melhorou e retornou a dar a bênção aos domingos, para nossa felicidade. Então, se você também quer vê-lo confira a agenda do Papa, antes de viajar, pelo site oficial do Vaticano e se organize.
Nós, o Papa e a multidão, Piazza San Pietro, Vaticano 2014


O Angelus dura cerca de 20 minutos e é realizado ao meio dia de domingos, quando a Papa aparece na janela de sua residência. Não é uma missa. Ele faz um discurso e dá uma benção. Só que para garantir um lugar à sombra (que nós consideramos crucial no verão) você deve chegar com certa antecedência, pois a Piazza San Pietro fica lotada. Religiosos, fiéis, indiferentes e ateus, gente do mundo inteiro, com faixas, saudando e cantando. Uma festa!!! Alguns moradores de Roma com quem conversamos afirmam que o Papa Francisco, por ser bem simples e carismático, vem atraindo cada vez mais pessoas para as suas “aparições”. O que já não acontecia muito com o seu antecessor, o Papa Bento XVI. E esta também foi a nossa impressão...

Esse Papa hermano é “POP”!!!
Papa Francisco, Piazza San Pietro, Vaticano 2014


Depois destes dias maravilhosos que passamos em Roma e no Vaticano seguimos viagem para Veneza... Arrivederci!!!

                                                                  Fabrícia Hoff & Laura Santos