23 de novembro de 2014

A vibrante Berlin!!!

Olá Amigo & Viajante!!!

Embaladas pelos festejos dos 25 anos da queda do Muro de Berlin (Berliner Mauer), resolvemos dar uma parada breve com o nosso tour pela Itália, para dar uma “passadinha” pela Alemanha!!!

Nosso primeiro destino foi a capital Berlin, no auge do invernão europeu, em fevereiro de 2013. Ficamos 5 noites, hospedadas na região #superbemlocalizada de Mitte, no lado oriental. Partindo dali foi possível fazer muitos passeios a pé. Mas como a cidade é um pouco espalhada, e para ganhar tempo, também utilizamos bastante o transporte público. Não que fosse um problema, muito pelo contrário. O sistema é composto por um emaranhado de linhas de trens rápidos de superfície (os S-Bahn), metrô (U-Bahn), tram (bondinho elétrico) e ônibus, que formam uma rede extensa e totalmente integrada, com tarifa unificada. Sem contar a pontualidade, que não é britânica, mas é alemã (!!!), onde 5 minutos já é considerado um atraso grave. Eficientíííssimo!!! Excelente!!! Um exemplo “daquelas” coisas que chamam a atenção quando a gente viaja e que dá “aquela” inveja. Sem mais.
Portão de Brandenburgo, Berlin 2013


O período mais fervilhante da história de Berlin é bem recente. E bem intenso. Nos seus últimos 150 anos ela foi a capital do Reino da Prússia, do Império Alemão, da República de Weimar e do Terceiro Reich. Passou por guerras, foi bombardeada, destruída, dominada, dividida e reunificada. E poderíamos pensar que por todos estes motivos ela deveria ser uma cidade sombria, que vive amargurando as tristezas de seu passado. Mas não!!! Ela (assim como toda a Alemanha) se reconstruiu e se reinventou!!! E não esconde nada... Faz questão de mostrar claramente todas as suas feridas, sempre enfatizando “para que isto nunca mais se repita”. É impossível dissociar Berlin da sua história. A prova são os inúmeros museus, monumentos, memoriais espalhados pela cidade que retratam estes seus diferentes momentos. E além disso, hoje é considerada o centro cultural, científico, político e econômico da Europa. Uma cidade de vanguarda em todos os seus aspectos. Berlim é vibrante!!!
Fernsehturm (Torre de TV) e Weltzeituhr (Relógio Mundial)
Alexanderplatz, Berlin 2013

A seguir o nosso “TOP 5” Berlin...

- A memória do Nazismo: O Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) chegou ao poder na Alemanha, neste período ainda República de Weimar, em 1933, quando Adolf Hitler se tornou chanceler. Através do uso de uma propaganda nazista fortíssima ele explorou as frustrações da sociedade alemã, apresentando os judeus como os principais causadores dos problemas sociais e econômicos do país. Durante a 2ª Guerra Mundial, a ideia transtornada do Führer (líder, como ele se auto intitulava) sobre a supremacia do homem branco germânico culminou com o Holocausto, o genocídio de mais de 6 milhões de judeus. Milhares de pessoas de outros grupos étnicos, políticos e sociais considerados “indignos da vida” (definição usada pelos nazistas para justificar os assassinatos), como ciganos, poloneses, homossexuais, comunistas, prisioneiros de guerra, deficientes mentais e físicos, testemunhas de Jeová..., também foram exterminados. Em 1945 Hitler se matou, a guerra acabou e os prisioneiros que restavam nos campos foram libertados. Os sobreviventes, sem ter para onde voltar e com suas famílias dizimadas, ainda enfrentaram um longo e difícil caminho para se restabelecer.

Em Berlim, vários locais retratam o período nazista e, por mais terrível e triste que possam parecer, são bem interessantes de se conhecer.

A monumental Keiser Wilhelm Gedächtniskirche (Igreja Memorial) foi praticamente transformada em pó pelos bombardeios a Berlin durante a 2ª Guerra. E depois de vários protestos contra a sua demolição, decidiu-se por manter a sua ruína (uma única torre, onde hoje se encontra o memorial) e integrá-la a uma nova e moderna igreja. Passou a ser um dos maiores símbolos da destruição causada pela guerra e uma das atrações mais famosas de Berlin.
Escultura "Berlin" de Brigitte e Martin Matschinsky e
ao fundo Igreja Memorial Keiser Wilhelm sendo restaurada, Berlin 2013


O museu memorial Topographie des Terrors (Topografia do Terror) se encontra no terreno da antiga sede da Gestapo (a polícia secreta nazista). Neste grande espaço foi construído o Dokumentationszentrum Topographie des Terrors (Centro de Documentação), que abriga uma rica e completa exposição cronológica desde a ascensão até a queda do regime nazista, com documentos, painéis, fotos, jornais da época, recursos audiovisuais... Para quem gosta de história, como nós, é super enriquecedor.
Topografia do Terror, Berlin 2013


Próximo ao Portão de Brandenburgo está localizado o grandioso Denkmal für die ermordeten Juden Europas (Memorial dos judeus mortos da Europa ou também chamado de Memorial do Holocausto de Berlin). É um espaço de 19000 Km2, com 2711 blocos escuros de diferentes alturas, distribuídos em fileiras sobre uma superfície ondulada. No subterrâneo tem um anexo, o Ort der Information (Local de Informação), onde estão descritos os nomes de todos os judeus mortos durante a guerra que se tem conhecimento, inúmeros relatos biográficos, com fotos, artigos pessoais, correspondências trocadas entre as famílias, cartas de despedida... Se prepare para chorar litros. É impossível não se emocionar.
Memorial dos judeus mortos da Europa, Berlin 2013


- A memória do Comunismo: Com o fim da 2ª Guerra Mundial o comando da Alemanha derrotada foi dividido entre os aliados vencedores. E Berlin encravada no território que viraria a Alemanha Oriental também foi dividida. Uma parte sob o comando comunista da antiga União Soviética, e a outra sob o comando da união dos capitalistas Estados Unidos, França e Inglaterra. Na madrugada do dia 13 de agosto de 1961 a República Democrática da Alemanha (Alemanha Oriental) ergueu uma barreira física para circundar todo o território da República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) em Berlin. 
Mapa da divisão e do Muro de Berlin (linha vermelha)
Checkpoint Charlie, Berlin 2013


A cidade se tornou o símbolo da divisão do mundo em dois blocos político-econômicos totalmente antagônicos e em nenhum outro lugar a Guerra Fria se manifestou tão intensamente. Não se sabe ao certo quantos mortos, feridos e prisioneiros foram capturados tentando atravessar os postos de fronteira e até mesmo pular o muro, mas foram centenas. Em 9 de novembro de 1989 as fronteiras foram abertas pela Alemanha Oriental e em clima de celebração o “Muro foi derrubado” (quem não lembra das imagens na TV?!?!). Um ano depois a Alemanha foi reunificada.

Por toda a cidade existem ainda pedaços originais do Muro, áreas reconstruídas e em alguns trechos está marcado no chão (como uma cicatriz) o percurso que ele fazia quando estava erguido.
Percurso do Muro marcado no chão, Berlin 2013


O Checkpoint Charlie foi o mais famoso (retratado em vários filmes) posto militar de fronteira para passagem de estrangeiros que tinham a permissão de cruzar da Alemanha Ocidental para a Oriental. Com a reunificação ele foi removido e uma reprodução da cabine foi colocada no mesmo local da original. Hoje é uma das principais atrações turísticas de Berlin. Logo à frente o Mauermuseum narra a história do Muro e de como as pessoas tentavam fugir de um lado para o outro.
Se quiser, tire uma foto com os "soldados americanos"
Checkpoint Charlie, Berlin 2013


Quando o muro foi construído, em alguns locais do seu trajeto se encontravam casas e prédios residenciais. Este foi o caso da emblemática rua Bernauer (Bernauerstrasse). O impacto foi tão devastador na vida dos moradores, que desesperados eles pulavam das janelas de seus apartamentos para o pavimento inferior que pertencia a Berlin Ocidental, quando muitos acabaram morrendo ou se ferindo gravemente. Com o tempo as janelas e portas que ficavam em frente ao muro foram fechadas com tijolos, para que as pessoas não olhassem e nem tentassem fugir para o outro lado. Hoje, nessa região estão localizados bem próximos o Mauerpark (o parque onde ainda existe um trecho do Muro original preservado, que na verdade eram 2 muros separados pela “zona da morte”), o Gedenkstätte Berliner Mauer (Museu Memorial do Muro de Berlin, a céu aberto no Mauerpark) e o Dokumentationszentrum Berliner Mauer (Centro de Documentação, conta a história do Muro, principalmente no que se refere à Bernauerstrasse).
O Muro de Berlin (que na verdade eram 2) e a "zona da morte" vistos da torre do
Centro de Documentação do Muro de Berlin, Bernauerstrasse, Berlin 2013


Mas a parte mais leve e alegre relacionada ao Muro de Berlin é a East Side Gallery, no lado oriental. Onde mais de um quilômetro do Muro foi preservado ao longo do Rio Spree e transformado em uma imensa galeria de arte com centenas de painéis coloridos pintados por artistas de todo o mundo. As pinturas serviriam para documentar um tempo de mudanças e expressar a euforia de um futuro melhor e livre para todas as pessoas.
Painéis coloridos pintados no Muro de Berlin, East Side Gallery, Berlin 2013


O beijo dos líderes comunistas Erich Honecker (Alemanha Oriental) e Leonid Brezhnev (URSS),
painel pintado por Dmitry Vrubel, East Side Gallery, Berlin 2013


- Ilha dos Museus: a Museumsinsel é uma ilha formada no rio Spree, onde antigamente se localizavam casarões e palácios da aristocracia alemã. Hoje abriga, além da Catedral de Berlin (protestante), alguns museus como o Bode Museum, Altes Museum, Neues Museum e o Alte Nationalgalerie. Mas se for para escolher um não deixe de visitar o Pergamonmuseum (compramos os ingressos na hora). Ele abriga estruturas da antiguidade exibidas em tamanho original como o Altar de Pérgamo, o Portão da Entrada do Mercado de Mileto e a Porta de Ishtar, que dava acesso à cidade da Babilônia. Magnífico!!!
Altar de Pérgamo do séc. II a.C., levado da Turquia e reconstruído no Pergamonmuseum,
Berlin 2013


- Orquestra Filarmônica de Berlin: Seu primeiro concerto foi realizado em 1882, e de 1955 a 1989 foi regida pelo que é considerado um dos maiores maestros de todos os tempos, Herbert von Karajan. Na nossa humilde opinião, a Berliner Philharmoniker é a joia mais preciosa de Berlin!!! E um programa imperdível para quem visita a cidade (compre os ingressos antecipadamente pelo site). Tivemos a sorte de assistir ao concerto da famosa violinista alemã Anne-Sophie Mutter interpretando Antonín Dvorák, acompanhada pela Filarmônica e regência do maestro Manfred Honeck. Simplesmente Wunderbar!!!
Philharmonie, a "casa" da Filarmônica de Berlin, Berlin 2013


Concerto da violinista Anne-Sophie Mutter com a Filarmônica de Berlin
Philharmonie, Berlin 2013



- Compras em Berlin: A cidade é uma das capitais europeia mais em conta para nós que temos reais ($$$$). E são vários os lugares em que se pode colocar tal questão em prática, mas se não for esta a ideia eles também podem render somente ótimos passeios. Dos que nós conhecemos... A Kurfürstendamm (Kudamm como eles chamam) tem mais de 3 Km de extensão e abriga desde lojas de luxo até as mais populares. Na continuação desta avenida se encontra a “gigantemegaloja” de departamentos KaDeWe. A Potsdamer Platz é uma região bem turística, e além do moderníssimo complexo Sony Center e do shopping Arkaden tem várias opções de bares, restaurantes e hotéis.
Sony Center, Potsdamer Platz, Berlin 2013


Mas onde passamos praticamente todos os dias foi na Friedrichstrasse, pois era caminho para o nosso hotel. É uma área muito movimentada por turistas e locais, com comércio bem diversificado e para todos os bolsos. Tem até uma filial das Galeries Lafayette de Paris. Nós adoramos a livraria Dussmann KulturKaufHaus, de 4 andares que ocupa quase uma quadra. Ela é maravilhosa e ficamos uma tarde inteira só ali!!! Uma de suas ruas perpendiculares é a Unter den Linden, a mais famosa avenida de Berlin que abriga muitas lojas e lindíssimos prédios históricos. Tanto a Friedrichstrasse como suas imediações também tem ótimas opções de restaurantes e quase sempre terminávamos o dia por lá, comendo um Currywurst, um Schnitzel e claro tomando uma original Bier alemã. 
O tradicional Schnitzel, Berlin 2013


Aguarde, pois este assunto fundamental será aprofundado em um próximo post. Auf Wiedersehn!!!

                                                                  Fabrícia Hoff & Laura Santos


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